Você sempre me deixa um gosto doce
que vai amargando com a distância que você me impõe.
Uma liberdade recíproca.
Fico aqui sentindo a ausência do calor dos seus segredos.
Em breve eu me enfeitiço.
A rotina fria consome minha quietude.
Eu não te consumo mais.
E sem culpados, sem desculpas
eu permito e você me retém.
Nem que eu repetisse desordenadamente Ou que eu fingisse sempre e sempre Me engano os mesmo erros Choro às mesmas luas Nem se eu me calasse internamente Ou que eu não escutasse meus gritos sussurrando de novo e de novo Me sinto os mesmos toques Cedo às mesmas ilusões Nem que eu ignorasse controladamente Ou que eu não perdoasse seus perdões nunca e nunca Me entrego aos mesmos sons Calo às mesmas dúvidas Cansei de não fugir, fingir machuca.
Gosto dessa intensidade. O frio queimando a pele e a gente tão quente Às vezes acho que você tem gosto de café com chocolate e sua dor me lembra chuva e terra molhada.