quinta-feira, 30 de junho de 2011

Não te levei para passear nos lugares mais altos,
e você nem brincou com novelos de lã.
A mantive quentinha no meu edredom.
Mais carinho que você dava, nem eu te dei.
Vou sentir tanta falta...
me esperava no sofá, minimalista, discreta,
com todo amor que só a gente entedia.
Não coube um adeus no fim,
a morte nunca me doeu,
me dói a partida e me dói mais o começo da saudade.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O quarto

Estremeceu seu corpo inteiro. Ora se encolhia, ora se apertava com as mãos. Lembrou de teorias, lembrou de se lembrar de feridas. Dores que voltam mais pesadas. Na penumbra de seu quarto solitário ela se permitiu doer. Depois daquela porta cada parte de si havia de ser controlada e o que se partiu, completo aparentaria. Ficou contente por ainda fazer frio, o clima foi seu acalanto. Sempre sabendo do tempo e de imaginar futuros passageiros estava com a sua pretensão ferida. E todo aperto - que ela tentava adormecer em vão - deixava molhar salgado sua rotina. Nada mais tinha a fazer. Abraçou o desapego mordaz sem esperança de bálsamo, sem cor.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Euforia

Separa um dia inteiro,
a luz da manhã invade seu vestido
Roda ao som colorido
A cortina dança com o vento da tarde
O ar gelado arrepia a nuca
Seus castanhos fios de cabelo saem do nó
Deslizando pelos ombros
Ri com o corpo todo.
Um minuto inteiro dentro de si
Retorna.
Passou ... passou.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Fugir do abrigo

Quem sabe há de vir um dia em que meu peito se abrirá.
E virá a certeza dos incertos momentos que seus olhos riscam em mim.
Não me arrisco mais, meu pessimismo aparece depois da ilusão.
Me quebro, parto, reparo.
Penso mais vezes e no desconsolo me encontro de novo com a tristeza servil.
Seu toque é terno e na doçura dos meus pensamentos impróprios eu me causo a dor.
Eu não saio de mim, e já não me basto.
Quero mais, quero passear meus dias bonitos fora de mim.
Levar seus beijos para acariciar minha vontade de concretude.
Quero acordar segura, só sua presença me bastando para acreditar no que você não diz.