segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Volátil

- O que você acha?
(Pausa)
- [Suspiro] Carência, menina.
- Defina carência.
- Pele, fome de gente, dúvidas ... Você, sem controle.
- Não ... É só minha dependencia dos sonhos, carência é mais como realidade, não é ?
- Menina, a carência é que tá te fazendo ficar pé no chão e cabeça nos ares. Essa agonia toda ... essa sede de imaginar, esse medo do presente. Isso passa.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Sem hora certa

Me espera até mais tarde ?
Posso aprender a dançar depois das cinco
e te fazer sorrir do meu mal jeito.
Te seduzir até às três da manhã
e depois gargalhar de tudo que eu fiz.
E me calar às seis.
Nessa melodia sou desritmada...
Já é tarde, me espera ?
Ainda posso aprender a namorar,
assim,
sem hora certa.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Solitude nefelibata

Quando a menina saltou lá de cima, sentiu seus cabelos ao vento por incríveis segundos de liberdade.
O tapete vermelho parecia mais distante ali do alto do sofá.
Nem sentiu quando pousou.
Aí pensou ela: - E se eu tentar deitada ?
E assim o fez.
Deitou com os braços abertos e os olhos bem fechados.
Era tanto que imaginava que quase perdia o fôlego dos sonhos.
Não tinha a brisa fresca no rosto, mas tinha o sorriso nos lábios.
De tanto fazer, tinha vezes que as lágrimas vinham.
Gostava das dores, às vezes até mais ...
respeitava a água sutil que lhe percorria o rosto.
Das vezes que se apertava ou das vezes que só curtia
ela entendia que podia voar sim.
Pra bem longe, voar pra ela e só.
Só, pra ela bem longe.