sexta-feira, 13 de agosto de 2010

À ventura.




Andava pelas calçadas,
cheia de certezas e fugas.
Mas aquela estrada de barro ...
Pisei assim descalça mesmo.
Larguei mão do costume
e caminhei pelas suas sinuosas curvas
sem destino.
E a rotina me parecia distante.
E o acaso me fascinou de repente.
Tinha sempre uma flor no caminho,
uma lama macia,
um arrepio de vento.
O chão me convidava e eu rolava assim sem hesitar.
Era como meus vôos longos de devaneios,
e eu só via que era real quando sentia meus pés sujos e felizes.
Me ausentei dos dilúvios imaginários,
dos compromissos inadiáveis.
Porque era a liberdade aventureira que gritava,
o meu olhar mais bonito que brilhava.
Era só eu e todo aquele caminho castanho incerto.



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