sábado, 31 de julho de 2010

Cor

Ofereceu sem pensar muito no porvir:
- Pegue, agora é seu.
Em troca recebeu um olhar tímido que não soube decifrar, mas seus lábios pareciam ignorar a curiosidade e descontrolados abriram passagem pro sorriso, como cortinas vermelhas de palco. Juntaram as mãos uma na outra feito promessa.
- Pode cuidar como quiser, viu ? Não se preocupe ... Tenha medo não.
Os abraços foram ficando fracos...
- Tenha medo não ...
A sinceridade veio assim num repente.
- Como quiser, viu ?
Mãos, pele, vento, cobertor.
- Medo não ... cuida, viu ?
Lembranças que impediam de querer o fim, assim como impediam de pedir de volta.
Mas nem toda doçura e liberdade, nem todo o bem. Doeu. Pegou de volta não, deixou metade.
- Se cuida, viu ?


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