quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Ir

Sou covarde, me desprotege agora porque não posso fazê-lo. Dos gritos internos transbordo. Socorro. Amplifico as dores das lembranças como veneno, oníricas. Velando meu corpo vivo como se estivesse no fim, sem saída. Quero ir embora para poder ser expansão e nudez. Permito que me negue, que me apague, que me sofra, que me lacrimege. Permaneço. Contando os sonhos que ainda faltam. Socorro. Eu grito não. Ferida sou discreta, outrora sou crua, não grito. Sou covarde, rasgo cartas que nunca escrevi. Falo de mim, sua cria, que não conhece, que não conheço. A que não sou. Socorro.  Quando sonho com o mar revolto me dá medo. Vou partir, te desamparo, tal qual me recordo. Te peço que me solte como quando me esquecia, vingança. Socorro.

2 comentários:

  1. Socorro, Alice. Minha vida está cansada da dor da realidade. Me procure sim pois a saudade é tamanha.

    ResponderExcluir
  2. Socorro, Alice. Minha vida está cansada da dor da realidade. Me procure sim pois a saudade é tamanha.

    ResponderExcluir