quarta-feira, 10 de abril de 2013

Imensurável

Já era tão tarde. Eu ali, madura e emagrecida. O mundo sempre esmagador e cheio de encantos escondidos. Nas horas nada encontro, apenas quando perco tempo. Dá para medir coisas com o tempo? Tenho 2 meses de caos dentros de mim. Dois meses é pouco. Eu tenho um caos que me acompanha e não se mede. Os meses são de inquietação. Prefiro medir com ímpares. 3 vidas de desassossego, aí sim. Acho que prefiro medir as coisas por vida. Não. Não gosto de medir nada. Essa inquietação que transborda não tem tamanho que eu possa explicar, assim como nada em mim parece ser nominal. É tudo abstrato e pessoal por inteiro. Sinto tudo por inteiro, cada pedacinho é tão importante. Parte por parte saboreio meus atrasos, minhas tarduras. Talvez se fosse tão cedo eu estaria semente ainda. Acho que só amadureço depois das coisas todas. Depois que todos anoitecem, meu sol aparece. Tenho o tempo do mundo invertido. Não me comprometo em sincronizar os relógios, às vezes bate certo e comemoro porque isso é tão extraordinário como ouvir sua poesia favorita ser declamada pelas ruas. O tic tac encolhe a gente, esse barulhinho deixa a gente pequeno e refém. Quebrando os ponteiros se pode ouvir os passarinhos do caminho, prestar atenção nas conversas de estranhos, se entregar à palpitações, dançar sem música com seu amor. Sem os ponteiros não seria tarde. Nem cedo. Seria, apenas. E de ser é que a gente se preenche.


Nenhum comentário:

Postar um comentário