domingo, 8 de abril de 2012

O amor não sendo suficiente

- Sempre fica faltando alguma coisa.
- Eu também acho.
Rompeu-se. Depois do fim ainda ficou faltando. Acho que pra mim ainda mais que antes. Falta a presença e suas consequências. Sobram lembranças de abraços noturnos, sua mão, a minha, todas aquelas sensações bonitas, sua voz por horas na madrugada sem fim e dava pra sentir você até mesmo pelo telefone. Ainda dá pra sentir você, muito. Faltam alívios e paz. E sobre o cansaço, já cansamos de escutar. Amor tem tanto. Tanto, amor. E mesmo depois de desatado, o nó ainda fica apertado, cortante, gritando que dói.
- É preciso tempo, meu bem.
- É.
Tudo o que eu sinto parece grande e bonito demais para que eu deixe ir e eu tenho medo. Tenho medo desse tempo, medo que cure. Talvez por apego. Eu queria tanta coisa, fiquei assustada, me escondi e quando eu te encontrava a insegurança me prendia e acabava com meus impulsos. Era só você se aproximar e as palpitações me visitavam outra vez. 
- Eu preciso ir.
- Por que?
- Senão não estarei sendo sincera nem com você, nem comigo.
Eu queria ter tocado em você mais vezes e ter te roubado beijos quando eu tive vontade, queria poder ter te falado que te amava quando eu tive certeza e perguntar qual a parte da sua nuca eu deveria acariciar. Acho que eu não soube colocar meu amor em ação, não soube tirar você pra dançar. 
- Queria te ver e ficar abraçada com você até passar.
E eu que sofro de saudades infinitas, de dores imensas e imaginação fértil fico imersa. Descompassada, tão menina, apaixonada ainda, tento acreditar nessa sensação de fim.






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